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O Tantra e a cura das feridas

Como contei no post anterior, eu chorei muito durante a minha primeira massagem tântrica. Em muitos casos, não é possível identificar da onde vem esse choro. Já eu, logo na segunda massagem, comecei a identificar que o choro vinha quando ele passava a mão na minha barriga. Eu sentia uma dor, que eu havia sentido há muitos anos atrás, quando minha filha nasceu. Mas não era a dor do parto, era uma dor emocional. Quando minha filha nasceu, eu tinha acabado de completar 18 anos, e minha gestação acabado de completar 5 meses. Lógico que eu não queria que ela nascesse naquele dia. A dor emocional que senti no dia que ela nasceu, foi maior do que no dia que ela faleceu, o dia seguinte. Foi como se eu tivesse perdido as esperanças. Eu já estava internada mais de uma semana em trabalho de parto, fazendo de tudo para manter minha gestação. E foi essa dor que senti durante a massagem. Ela se repetiu, pela 3ª e 4ª massagem, até que na 5ª massagem tive uma experiência, que com certeza foi a mais intensa da minha vida. Eu tive uma visualização em outradimensão com minha bebê.

 

Nesse dia novamente fiz minha massagem com o Basho, era a segunda vez que fazia com ele. Depois da primeira massagem nós nos aproximamos muito, e nunca mais desgrudamos. Já estava apaixonada e fiquei super feliz ao término da massagem, pois tinha sido a minha primeira massagem sem chorar, imediatamente pensei que algo teria se resolvido dentro de mim. Acho que não comentei com vocês, mas sempre ao término da massagem tântrica realizamos cerca de 15 minutos de integração. É um momento onde o terapeuta fica ao seu lado, e você que recebeu, ainda sob o efeito da massagem, vai consolidando a experiência e voltando aos poucos. É um momento tão importante quanto a própria massagem. Eis que na integração, no exato momento em que ele tirou as mãos de mim, começou. Eu via vários seres de luz ao meu redor, e de repente veio um até a mim e me entregou minha bebê para que eu pudesse segurá-la no colo. Ela também era um serzinho de luz. Foi o momento mais emocionante da minha vida e sou extremamente grata por isso. Chorei muuuuiiiiittttoooo! Entrei em uma catarse muito difícil de sair. As vezes eu abria os olhos, via o Basho, o Vajra (que conduzia a massagem naquele dia), via todos ao meu redor, mas também os seres de luz e minha bebê. Quando acabou a integração eu não conseguia voltar. Estava envolvida demais com o que estava acontecendo comigo em outra dimensão. Lembro que o Basho segurou minha mão, disse algumas palavras e eu acalmei um pouco, abracei ele e fui correndo deitar.

 

No dia seguinte eu ainda chorava, e aos poucos, conforme ia compartilhando com a família Metamorfose o que havia acontecido, meu coração acalmava, e eu ia ficando em paz. Pegar minha filha no colo, 15 anos após sua perda, é algo indescritível. Eu não havia tocado na minha filha quando ela nasceu. Imediatamente após o parto eles levaram ela, para tentar salvá-la. Era noite. No dia seguinte de manhã me levaram para vê-la, ela estava em uma encubadora, quase não respirava, pesava 585 gramas, parecia uma boneca. Eu fiquei muito chocada quando a vi, ela estava na encubadora e na hora nem pensei em perguntar se podia tocá-la. Logo depois vieram me informar que ela havia falecido, e eu, em estado de choque, não quis ir me despedir do corpo. Acho que fui uma péssima mãe e me senti muito culpada por isso. Vivi um luto eterno, que durou até eu conhecer o Tantra. Depois eu ainda tive outros encontros com ela, até o dia em que me despedi e sai do luto, voltei a viver.

 

Hoje respeito tudo que aconteceu, inclusive a forma que agi. Foi a forma que encontrei naquele momento, mediante quem eu era naquele momento. Foi como foi. E eu apenas concordo com o Universo, com Deus e tenho fé que tudo que acontece tem o seu propósito. O Tantra trouxe amor para o meu coração, para minha vida. Sou grata.

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