Eu medito diariamente com meus interagentes em suas sessões, mas gosto bastante de passar finais de semana na Comunna, participando dos workshops, meditando, respirando, crescendo, me desenvolvendo. Em fevereiro/2016 eu participei novamente do Melting e gostaria de compartilhar minha experiência com vocês. Quanto mais buscamos, mais fundo conseguimos ir.
No primeiro dia, o Nishok propôs uma atividade chamada Tratak, onde permanecemos em duplas, fixando os olhos nos olhos, simples assim… Eu sentia muito sono, já eram mais de 23h, meus olhos quase fechavam. Num determinado momento ele disse que íamos morrer naquele feriado (carnaval), e deveríamos nos despedir de nossos pais, visualize seu pai, visualize sua mãe e se despeça deles apenas com o olhar. Nossa!!! Eu senti meu coração gelado e duro. Me surpreendi com aquele sentimento. Eu jurava pra mim que não tinha mágoas, que tinha perdoado tudo, a eles e a mim. O que aconteceu é que nesse Melting consegui ir mais fundo, e enxergar coisas que não admitia.
“Tirar a roupa é fácil, dificil é desnudar-se em verdade”
Depois teve uma dinâmica onde sentávamos na frente de uma pessoa que representava nosso familiar e nos despedíamos. Eu me despedi de todos, com aquele velho blábláblá de gratidão e aceitação. Mas após me despedir do meu “pai”, eu comecei chorar muito, sentia que não havia sido honesta com ele. Quando já estava quase acabando a dinâmica eu criei coragem, sentei em frente de outra pessoa (que representava meu pai) e disse que sentia muita, muita raiva, por não me sentir amada na infância e por não me sentir amada ainda hoje. Ufa! Foi libertador. Não o ato de falar pra ele, mas o fato de admitir pra mim que não me sentia amada. Não é que ele não me ama, ele me ama. Mas eu tinha medo de perder o amor dele. Quando eu tinha 17 anos eu engravidei e perdi minha filha que nasceu muito prematura. Meu pai após a gestação não aceitava o meu relacionamento, achava um absurdo eu não ser mais virgem e não estar casada, enfim… ele parou de falar comigo por 5 anos. Eu tinha medo. Eu perdi o medo naquele momento. Talvez o medo ainda exista, mas agora a coragem é maior que o medo. Me senti forte, me senti uma mulher com 34 anos (na época eu tinha essa idade), não mais uma adolescente com medo de desagradar o pai.
No último Melting que eu havia participado antes desse, eu havia chorado muito no meu Renascimento, sentia muito medo. Nesse foi diferente, me senti forte, confiante e com vontade de viver. Nasci dando boas gargalhadas e chorando de emoção.Foi lindo renascer em meio a tanto carinho e a tanto amor. Sou grata! Nasceu uma nova mulher.
Durante todo o processo o Nishok falou muito sobre nossos desejos, sobre sermos merecedores. Eu fiz muitos pedidos, tem um deles que já está se realizando, mas isso eu conto em outro post, quando já estiver realizado. Porém eu queria falar de um dos meus desejos. Eu queria muito emagrecer. Já sei, vão dizer que já sou magra, rs. Quando falo emagrecer quero dizer perder gordura. Eu pedi por isso. Quando acabou tudo, na terça, eu senti uma vontade muito grande de ir me banhar nas águas de uma pequena queda d’agua, “cachoeira” que há na Comunna. Me despi, e antes de entrar, mentalizei que estava me despedindo das minhas gorduras. Mas quando entrei na água, sabe o que aconteceu? Eu senti amor pelo meu corpo, senti amor pelas minhas gordurinhas. Foi lindo, eu me banhava e só conseguia sentir amor.
Eu me sinto mais forte, mais confiante e mais mulher.