Renascimento

Eu realizei a formação em Renascimento em abril/2014 no Centro Metamorfose. Como relatei para vocês, o meu presente ia muito bem, obrigada. As transformações que o Tantra proporcionam são muito rápidas, acho que até imediatas. Você se conecta com seu eu divino, com sua essência, e passa a tomar decisões de acordo com sua verdade, e não com verdades que nos foram colocadas ao longo da vida.

Quando cheguei no Renascimento, lembro que na minha apresentação aos colegas, disse que eu ainda tinha muita raiva dentro de mim. Sentia raiva do meu passado, me via como vítima ainda, porque meu pai na infância e adolescência foi muito violento e repressor, porque sofri bulliyng na escola por 6 anos, porque perdi minha bebê, porque…porque…porque… Poderia encher aqui com uma lista de porquês. O que sei é que sentia muita raiva do meu passado. Eu era uma pessoa extremamente certinha e séria, cheia de regras. Eu não dançava, não me permitia, não conseguia. Só se fosse dança de salão, tudo certinho, com todas as regrinhas e etc. Ou então se estivesse alcoolizada, algo muito raro de acontecer.

Mas dançar livremente, me entregar, ser a música? De jeito nenhum. Lembro que em janeiro, na primeira vez que entrei no salão da Comunna durante um evento, enquanto todos dançavam eu fiquei paradinha, ao lado da dona Carmen, antiga cozinheira de lá.

Então foram 4 dias respirando muito! Respirando de pé, sentada, deitada, com roupa, sem roupa e com argila no corpo no alto de uma montanha… E algo aconteceu…

Durante a respiração você entra em contato com experiências do seu passado. Sentimentos, sensações, lembranças e visualizações. É incrível, pois situações pela qual passamos, e que achamos que não houve peso algum,  de repente aparecem e nos mostram suas marcas. Conforme respiramos vamos liberando nosso corpo desses “traumas” vividos. Eu tive uma experiência muito bonita, em um determinado momento eu olhava para tudo que aconteceu como se fosse uma peça de teatro, ou seja, quando atuo em uma peça, durante a apresentação, determinado personagem pode até ser meu inimigo, mas quando acaba a peça temos a compreensão de que era apenas uma atuação, não era verdade, e fica tudo bem. Então, eu olhava para todas as situações onde me coloquei como vítima, e não culpava mais as pessoas que me magoaram, eu apenas compreendia quê o que aconteceu foi porque naquele momento estávamos envolvidos por diversas mascaras, diversos personagens ao qual tentávamos sustentar, e que agora eu não precisaria mais de uma máscara e podia compreender. Depois escreverei um post sobre isso, sobre a não identificação com o ego, com essas máscaras, enfim, nossa personalidade.

Não sei se fui clara, mas o que quero dizer é que a necessidade de perdoar, deu lugar há um sentimento chamado compaixão. Não havia mais necessidade de perdoar mais ninguém. O que havia agora era uma grande compreensão, uma grande compaixão.

E pela primeira vez, depois de muitos anos, eu me entreguei á dança. Eu me permiti. Algo mudou profundamente em mim depois do Renascimento. Sou grata!