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Como perdoar uma traição?

 

Esse tema tem me perseguido, muito pessoas que atendo com essa mesma questão, por isso resolvi falar sobre isso.

Longe de ser a dona da razão, e imagino que muitas pessoas não irão concordar, porque eu também não concordaria com a minha opinião, há alguns anos atrás.

Vou começar contando uma historinha. Há muitos anos atrás em uma viagem para São Tomé, me deparei com um livro do Osho. Lá ele falava sobre amar verdadeiramente. Sobre que amar é querer ver o outro feliz.

“O amor permite que qualquer coisa que o outro queira fazer, ele possa fazer. Tudo o que ele quiser – se o deixa em êxtase, a escolha é dele.”

Se você ama a pessoa, então você não interfere na privacidade dela. Você deixa intocada a privacidade da pessoa. Você não tenta invadir seu ser interior.

A exigência básica do amor é “Eu aceito a outra pessoa como ela é” e o amor nunca tenta mudar a pessoa em função da própria idéia que se tem do outro. Você não tenta cortar a pessoa aqui e ali e deixá-la do tamanho certo – o que tem sido feito em todos os lugares no mundo inteiro…

Se você ama, não existem condições.
Se você ama, então impor condições não é o caso. Você o ama como ele é. Se você não o ama então também não há problema. Ele não é ninguém para você; impor condições não é o caso. Ele pode fazer tudo que quiser fazer.

Se o ciúme desaparece e o amor permanece, então você tem algo sólido em sua vida, o qual vale a pena possuir.

Quando você está compartilhando seu contentamento, você não cria uma prisão para ninguém, você simplesmente dá. Você nem mesmo espera gratidão ou agradecimento, porque você está dando não para conseguir alguma coisa, nem mesmo gratidão.
Você está dando porque está tão repleto … você precisa dar. Assim, se alguém está grato, é você quem esta grato à pessoa que ACEITOU seu amor, que aceitou seu PRESENTE.

Não há necessidade de possuir, porque o todo já é nosso.

Abandone a idéia de que o apego e o amor são uma coisa só. Eles são inimigos. É o apego que destrói o amor.

Se você limita, se você nutre o apego, o amor será destruído, se você alimenta e nutre o amor, o apego desaparecerá por si mesmo.

O amor e o apego não são um; são duas entidades separadas e antagônicas entre si.” OSHO

Eu achei lindo, na época tinha acabado de sair de um relacionamento onde meu parceiro era muito possessivo. Fiquei sonhando com um amor assim. Mas pasmem, quando conheci meu marido e ele era totalmente livre de posse, me deixava tão livre para fazer tudo que queria, sabe qual a sensação que eu tinha? Sentia que ele não se importava comigo. Sentia falta da posse. Queria que ele sentisse ciúmes, que me cobrasse, mas não. Ele me deixava livre.

A gente cresce achando que posse é amor. Mas não é. Eu só não terminei meu relacionamento porque lembrava das palavras do Osho. Achava que ali podia encontrar um amor verdadeiro, e fiquei, mas com um buraco enorme, sentindo falta da posse.

Sabe como consegui mudar essa sensação? Tiver que morrer. Passei por uma vivência chamada Melting, no Centro Metamorfose, onde simulava minha morte. Havia funeral e tudo. Depois renascia. Na hora de morrer só conseguia sentir gratidão pelo meu parceiro. Relembrava nossos momentos e via que ele era sempre atencioso, carinhoso e amoroso. Ao invés de olhar o que faltava, olhei o que transbordava. E tudo mudou. Passei a olhá-lo com outros olhos.

Então para responder sobre perdoar uma traição, acredito que a resposta está em olhar o que a pessoa lhe dá. Se ele é um bom parceiro, amoroso, carinhoso. Se a pessoa te trai mas junto com isso está falta de respeito, falta de amor, de atenção, acho que não vale a pena seguir em uma relação onde falta o principal. Mas se a pessoa lhe respeita, lhe trata com amor, acho que um perdão é possível. Talvez refazer os acordos. Todo mundo erra, ninguém é perfeito.

Nós mulheres crescemos sendo educadas a fechar as pernas, a se comportar, aprendemos a reprimir nossos desejos para não ficar mal faladas, não é verdade? E os homens é exatamente o contrário, eles são estimulados a fazer exatamente o oposto.

Acredito que nem nós devemos nos reprimir e nem devemos reprimir o outro. Porque não respeitar a individualidade? Ambos devemos ser livres. E o que importa pra mim não é o que meu parceiro está fazendo enquanto ele não está comigo, é como ele me trata, se ele se importa, se ele cuida. Acredito que devemos ser livre, até para sermos monogâmicos. Mas tem que ser uma opção nossa, não uma imposição do outro.

Aprendi uma vez com um cara chamado Hilário Trigo (pesquisem sobre ele, vale a pena) sobre as ordens do amor. Muitas vezes uma terceira pessoa aparece para equilibrar a relação. Existe um desequilíbrio, existe uma falta, e o relacionamento está para acabar. A terceira pessoa equilibra a relação, a falta. E o relacionamento tem uma oportunidade de seguir. Segundo o Hilário só entra uma terceira pessoa na relação se falta algo. Se há espaço para a pessoa entrar.

Consolidando, cuidem da sua energia, cuidem da relação. Acreditem no amor. Cada um tem seu momento e seu tempo para evoluir. Estamos todos aqui para aprender e crescer. Estamos todos aqui para sermos felizes. Então aprenda logo com seus erros, seja porque você está errando em levar para frente uma relação falida, ou porque está errando em não liberar perdão para alguém que realmente merece.

Namastê

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